Rápido histórico da "Rádio Rock" de São Paulo
Na verdade, com o nome de Pool ou de 89, os 89,1 MHz (ou canal 206, segundo a Anatel) sempre
foram de propriedade da família de Neneto Camargo. A antecessora da "Rádio Rock" entrou no ar em 12 de outubro de 1984, transmitindo
da Praça Osvaldo Cruz - no início da Avenida Paulista, apesar de sua concessão pertencer ao município de Osasco.
Seu primeiro diretor artisítico foi Luis Fernando Maglioca, radialista veterano e ex - diretor
das Rádios Excelsior AM e FM ao longo dos anos 70. A 89 ganhou esse nome graças a um acordo operacional entre a proprietária
da estação e o sistema JB de rádio - que também administrava a Rádio Cidade (hoje, Rádio Sucesso) de São Paulo e as demais
emissoras com a marca Rádio Cidade espalhadas pelo país. Por esse acordo a JB passou a tomar conta da programação, comercialização
e operação da rádio. Na época, o pop rock estava na moda e emissoras com esse perfil começaram a agradar o parte público jovem
que não tinha muita opção de programação.
Em pouco mais de dois meses a emissora caiu no gosto do público que curtia pop rock, deixando
para trás a FM 97, de Santo André, até então a única emissora de São Paulo com uma programação voltada para o gênero. A 89
contou em seus primeiros meses com a participação de radialistas como Kid Vinil, Marcelo Moraes, Everson Cândido (que anos
depois virou seus diretor), Luis Augusto Alper, Selma Boiron (pioneira da Fluminense FM), Nando Luis e o auxílio luxuoso de
Rita Lee. A fórmula de programação da 89 seguia o estilo da Rádio Cidade FM do Rio, que, lá, brigava pela audiência jovem
com a Rádio 98 FM (Sistema Globo de Rádio) e a lendária Fluminense FM.
Em menos de um ano, a 89 já havia se consgrado como a "Rádio Rock de São Paulo", por ter uma
linguagem mais próxima das FMs tipo "hit parade" de então, muito embora tocasse pop rock. A sua localização privilegiada e
a potência de seus transmissores fizeram com que seu sinal saísse dos limites da Grande São Paulo, enquanto que o da sua concorrente
direta, a 97, mal saía da região do ABC paulista e arredores.
O acordo operacional entre a emissora e o sistema JB terminou em meados da década passada. Como
a marca estava consolidada, a 89 seguiu seu caminho. Apesar da discordância de alguns ouvintes e especialistas de rádio mais
exigentes a 89 tornou-se referência para o público jovem quando o assunto é Rock. Hoje a 89 está se preparando para ser a
"cabeça-de-rede" de uma cadeia radiofônica especializada em Pop & Rock, que já conta com a participação da Rádio Cidade
FM (Rio) e da Rádio Rock em Sorocaba.
"College Radio" de Piratininga
A Rádio Brasil 2000, em seus primeiros tempos, tinha programação voltada para a música romântica
internacional e clássicos da MPB. Até o final dos anos 80 manteve este estilo e tinha baixa audiência devido ao seu pequeno
transmissor e de baixa potência. Nos anos 90, o professor Roberto Miller Maia , especilista em música e comunicação, assumiu
a direção da rádio e criou um projeto pioneiro no Brasil, semelhante ao das "college radios" americanas, voltada
para a música produzida pelo público jovem e universitário. Um projeto pioneiro ambicioso e único que marcou uma revolução
no rádio paulistano .
Por volta de 1995, a emisora ganha novos transmissores e aumenta sua potência e sinal. A emissora
começa a subir de audiência, além de conquistar um público cativo que começa ouvir uma grade musical diferenciada, que inclui
programas especiais de reggae, ska, blues e classic rock, indie rock. Ao lado da Transamérica, a Brasil 2000 inaugura no FM
paulistano uma série de programas em que novos talentos roqueiros tocam suas músicas ao vivo no estúdio.
Procurando se manter atualizado no universo da música pop, o jornalismo da rádio procura enfocar
as novas tendências da cultura jovem em todo mundo, dando a Brasil 2000 mais credibilidade junto a seu público. Nesta época,
a busca incessante por novidades, a incansável batalha de mostrar as músicas novas antes da concorrência e a livre participação
dos ouvintes na programação musical aumentam a publicação entre os produtores e os ouvintes.
A virada do milênio marca a trágica( para o meio radiofônico e para criatividade em geral) saída
de Miller Maia e a entrada de Lélio Teixeira (ex- Energia 97) no comando da rádio. A troca é mal vista pelos ouvintes e pelo
mercado porque a audiência temia que Lélio transformasse a emissora numa rádio "pop demais", como fizera com a 97. A troca
não foi necessariamente um desastre, no início. O novo diretor procurou manter a grade de seu antecessor ( porem sem conhecer
nada do assunto o que descaracterizou a alma da rádio), apesar de mexer na "plástica" da rádio tornando-a mais parecida com
a concorrência pop e colocando " estranhamente "nesse meio um programa próprio sobre futebol
que nada tem a ver com o resto da programação.
Para reforçar a programação e supri a lacuna do genial Maia, conhecido como Homem Enciclopédia, ele
chamou Kid Vinil, Leopoldo Rey e Gastão Moreira - três dos mais respeitados jornalistas e DJs do universo roqueiro de S. Paulo
- para participar ao longo da programação com pequenos programas de 5 minutos. "Se tivesse estes 3 no meu time eu daria 2
horas para cada um, não 5 minutinhos de nada", alfineta um concorrente.E mesmo assim não conseguiu "convecer" os antigo ouvintes,
que sempre acaharm algo de podre no reino da Brasil 2000...
Texto extraído do site Radio Base.