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entrevistas : 31/07/2003 11h54 |
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["Rock Brasil"] Autor revira passado do movimento. Leia entrevista.
Carlos Alves Junior, autor de "Rock Brasil" |

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Foi com um bloco de notas, muita vontade e o apoio de Roberto
Miller Maia que Carlos Alves Junior saiu revirando o passado do rock ´n´ roll brasileiro. Destas anotações surgiu o livro
"Rock Brasil", que agora chega às livrarias no seu segundo volume. Carlos não tinha mais de 3 anos quando as bandas citadas
no seu livro estavam começando carreira. Com uma pitada de nostalgia, a "testemunha não ocular" produziu um resgate histórico
repleto de depoimentos dos principais protagonistas do estilo no país. Depois de mostrar um ótimo trabalho na primeira
edição de "Rock Brasil", Carlos continua suas pesquisas no segundo volume, que acaba de ser lançado, e ainda pretende encerrar
seu trabalho com quantos volumes forem necessários. Em uma entrevista realizada por e-mail, Carlos Alves contou à Forja
mais detalhes sobre o livro e opinou sobre a nova geração roqueira que está se formando.
Carlos, parece que a idéia
do livro "Rock Brasil" é alimentada pela falta de informações e de trabalhos sérios sobre o tema no país. Qual é a sua opinião
sobre os periódicos brasileiros que falam sobre o rock ‘n’ roll? Eles são muito segmentados, pouco abrangentes
na minha opinião. O rock é um movimento jovem no Brasil, alguns países vizinhos como a Argentina por exemplo tem uma tradição
‘rockeira’ muito mais forte que a nossa. Durante todos os anos que passei envolvido neste projeto pude perceber
que existe muita desunião no rock nacional. Poucas bandas e artistas têm consciência de sua importância na formação cultural
dos jovens que os ouvem. Ou você é uma mega banda ou sobrevive no underground, às margens da indústria. Não existe espaço
para bandas ‘médias’ e a culpa disso é um pouco dos periódicos, porque são eles que formam as opiniões dos jovens
na maioria das vezes. Por isso Rock Brasil tem essa postura de mostrar que os independentes, os pequenos, passam pelos mesmos
problemas que os artistas consagrados já passaram. Rock Brasil mostra para todo mundo que é possível chegar lá!.
Como
o projeto do livro foi executado? Foi Roberto Maia quem norteou a seleção de artistas e bandas? Não tenha dúvida que
Maia foi o grande mentor de todo esse projeto. Ele não seria realizado sem a ajuda e principalmente sem a presença dele, que
é indiscutivelmente um dos maiores conhecedores sobre o assunto no país. Ele resgatou muita gente legal para o livro, artistas
como Violeta de Outono, Maria Angélica e Jair Marcos (homem fundamental na história do rock paulista) estão presentes por
indicação dele. E falar sobre rock tendo o respaldo de Roberto Maia me deixou muito tranqüilo.
O livro segue a linha
do tempo? Como foi organizar o resultado de suas pesquisas? Não fomos tão rígidos assim. Diria que as entrevistas
estão colocadas à medida que foram acontecendo. Lobão abre o livro com uma das maiores entrevistas feitas por nós. São 14
páginas onde a metralhadora verbal do Lobão atira para todos os lados. Fechando a parte dedicada ao ‘mainstream’
temos outra mega entrevista com Humberto Gessinger, líder dos Engenheiros do Hawaii. Escolhi essa entrevista para encerrar
a primeira parte do livro, pois depois de conversar por horas com Humberto cheguei a uma conclusão sobre seu trabalho: é de
longe um dos mais coerentes trabalhos dentro do rock nacional. Além disso, o cara é um fenômeno: seus shows estão sempre lotados
mesmo ele estando visivelmente se descolando da indústria cada vez mais. Depois começamos a parte dedicada às bandas independentes
que fala sobre Ludov, Maria Angélica, Wry e muitas outras. Fechamos o livro com o que chamamos de uma homenagem póstuma a
uma das maiores bandas independetes paulista, o Pin Ups. O ex-líder Zé Antonio dá a sua versão sobre a vida e a morte do Pin
Ups.
Você pensa em lançar um terceiro volume? Sim, sem dúvida. Nosso objetivo é lançar muitos outros volumes
que possam mapear de maneira criteriosa e fiel o que é e para onde caminha o rock brasileiro.
Como fã de rock, qual
é a melhor banda brasileira atualmente? Quem faz o som mais original? Essa é uma perguta muito difícil, tem muita
gente boa por aí. Gosto do trabalho de O Rappa, o Charlie Brown Jr. também tem uma excelente sonoridade, o Pato Fu sempre
surpreende. Mas destacaria a constância, padrão e coerência de duas bandas: Ira! e Engenheiros do Hawaii.
Nas suas
incursões pelo passado, muita coisa interessante deve ter sido descoberta. Cite fatos que marcaram o processo de elaboração
do livro. Muitas coisas legais ocorreram durante o processo de elaboração do livro. Foi legal por exemplo saber fatos
inéditos da carreira de muitas bandas nunca antes relatados. O CPM22 fazendo show em um palco montado com caixas de laranja
no meio de madrugada debaixo de uma chuva enorme deve ter sido hilário. Humberto Gessinger tocando jingle de comercial de
TV no primeiro show dos Engenheiros do Hawaii também foi um fato relatado só agora. E tem mais muita coisa que só lendo no
livro mesmo!
Você acha que a maioria dos jovens procura revirar no passado e buscar as referências e influências
do som que ouvem hoje? Acredito que essa tendência exista sim e não sei até que ponto isso pode ser bom. É sempre
válido revirar o passado em busca de referências, mas não acho legal quando essa busca vira um simples desejo de copiar uma
fórmula que deu certo no passado. É bom deixarmos claro que não existe fórmula para o sucesso no mundo do rock. Ele acontece
ou não devido a muitos fatores externos que às vezes não estão sob o controle da banda.

J.A.Senger Forja News | |
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